Conhecer os insetos presentes na lavoura, especialmente as pragras na cultura da soja, é uma importante etapa no monitoramento e controle de pragas.
Lagartas desfolhadoras são insetos que causam muitos prejuízos em todas as áreas produtoras de soja do Brasil.
Ao consumirem as folhas, as lagartas diminuem o aparato fotossintético da planta, refletindo negativamente na produtividade.
É sempre bom estar ciente de como esses pequenos animais se manifestam na lavoura.
Por isso, conheça as 2 espécies de lagartas que são consideradas pragas da soja pelo seu grande potencial de desfolha na cultura.
1. Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)
Uma das pragras na cultura da soja é a lagarta-da-soja, que inicia o seu ataque no topo da parte aérea das plantas, podendo persistir até a fase de enchimento dos grãos.
Está presente em praticamente toda região produtora de soja do Brasil, inclusive nas regiões de expansão da cultura no nordeste e no norte do país.
Seu ciclo biológico dura em torno de 30 dias, cada fêmea coloca em torno de 700 ovos, podendo apresentar até 4 gerações durante o período de safra da soja.
A lagarta-da-soja é conhecida pelo seu grande consumo de folhas, durante seu estágio larval, chegando em média 150 cm² de área foliar. Infestações não controladas podem ocasionar 100% de desfolha nas plantas.
Quando o ataque é muito intenso, as lagartas assumem coloração preta com listras brancas, essa modificação fisiológica do inseto é causada pela competição por alimento.
Outras culturas em que a espécie causa prejuízos são a alfafa, amendoim, arroz, ervilha, feijão, feijão-vagem e trigo.
2. Falsa-medideira (Chrysodeixis includens)
Possui essa denominação pelo hábito de se deslocar dobrando o corpo como se estivesse medindo palmos. Apresentam apenas dois pares de falsas pernas na região abdominal e na região caudal.
As fêmeas depositam os ovos, normalmente, na superfície inferior das folhas de soja, de forma individualizada, apresentando uma fecundidade média de 700 ovos/fêmea.
As lagartas mais jovens são pragas na cultura da soja que (até o terceiro ínstar) alimentam-se apenas de folhas tenras e novas, que apresentam baixo teor de fibra.
Quando estão mais desenvolvidas alimentam-se de folhas mais velhas e mais fibrosas, excluindo as nervuras, conferindo às folhas atacadas um aspecto rendilhado que caracteriza o ataque deste inseto.
Posicionam-se com maior frequência nas partes mediana e inferior das plantas, porém migram verticalmente no perfil desta, em função da hora do dia.
Esta praga na cultura da soja pode causar intensa desfolha nas plantas, especialmente durante a fase reprodutiva da cultura, dessa forma ocorre redução significativa da produção.
