A antracnose da soja é uma doença fúngica de ocorrência generalizada em lavouras de soja no Brasil, a qual também pode estar presente em outras culturas, como, por exemplo, no feijão.
Embora ocorra em todo o Brasil, a antracnose na soja constitui um importante problema principalmente nas regiões do cerrado, afetando todas as fases de desenvolvimento da cultura, desde o estabelecimento da lavoura, até o enchimento de grãos e colheita.
As perdas podem ser tanto quantitativas, relacionadas à produtividade quanto, qualitativas referentes aos grãos.
As perdas de rendimento são variáveis, podendo chegar a até 100%, na ordem de 90 kg/ha a cada incremento de 1% da incidência da doença, o que acaba elevando os riscos e custos de produção, sendo portanto caracterizada como uma das principais doenças da cultura.
Justamente por atacar aspectos de extrema importância, o seu estudo e detalhamento se tornou uma necessidade e por isso desenvolvemos esse conteúdo. Acompanhe!
Como a antracnose na soja se desenvolve?
A ocorrência da antracnose geralmente está associada a Colletotrichum truncatum (Schwein.) Andrus & W.D. Moore (1935), um fungo que infecta mais de 150 espécies de plantas. Porém, estudos recentes mostram que outras espécies de Colletotrichum spp. também podem estar associadas, como por exemplo, C. clivae.
O inóculo inicial da antracnose na soja, constitui-se de sementes infectadas pela doença, restos culturais e hospedeiros alternativos.
Quando já estabelecida a doença, seja qual for o inóculo inicial, os conídios produzidos pelo patógeno constituem o inóculo secundário, que pode ser disseminado por respingos de chuva, podendo também ser auxiliado pelo vento.
Sendo assim, as condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento da doença são:
- Temperaturas médias a elevadas (acima de 25ºC);
- Alta umidade relativa;
- Chuvas prolongadas e intensas;
- Dias nublados;
- Períodos de molhamento foliar superior a 24 horas;
- Elevadas populações de plantas;
- Deficiências nutricionais, especialmente em potássio;
- Uso de sementes infectadas;
- Práticas de sucessão de cultivo de soja;
- Presença de inóculo na área.
Principais sintomas da antracnose na soja
Os sintomas da antracnose podem ser observados desde o início até o final do ciclo de desenvolvimento da soja, em diversas partes das plantas, ocorrendo em plântulas, folhas, legumes, pecíolos e caules. Confira:
Sintomas nas Plântulas: Morte na germinação; Plântulas infectadas com lesões em cotilédones, hipocótilo e raízes, levando ao tombamento e morte.
Sintomas em Estádios Iniciais: Infecção latente, com sintomas visíveis apenas em estádios de desenvolvimento mais avançados.
Sintomas em Caules: Manchas necróticas (castanho-escuras e negras).
Sintomas em Folhas: Necrose descontínua e deprimida nas nervuras da epiderme.
Sintomas em Pecíolos: Manchas necróticas e deprimidas que podem levar ao “estrangulamento” e queda prematura de folhas.
Sintomas em legumes: Além de manchas necróticas ocorre queda total dos legumes, abertura de legumes imaturos, apodrecimento e possível retenção foliar e haste verde em cultivares sensíveis.
Em condições ideais para o desenvolvimento da doença, a antracnose pode levar à perda total da produção de soja, afetando tanto a produtividade quanto a qualidade dos grãos.
Estratégia de manejo da antracnose na soja
A melhor estratégia para o controle da antracnose na soja é o uso do manejo integrado, utilizando diversas técnicas, com o objetivo de minimizar os seus danos. Alguns exemplos de estratégias eficazes são:
- Rotação de culturas;
- Utilização de sementes sadias e certificadas;
- Tratamento de sementes com fungicidas;
- Ajuste na população de plantas (populações menores para evitar o molhamento foliar por muitas horas);
- Adubação equilibrada;
- Controle químico com utilização de fungicidas.
Entre estas, a busca por cultivares com menor sensibilidade a antracnose é uma estratégia muito interessante, uma vez que, o nível de sensibilidade de cada cultivar pode influenciar tanto no desenvolvimento e progresso da antracnose, como na eficácia dos fungicidas.
É importante ressaltar que não há cultivares resistentes à antracnose, mas há uma variação na sensibilidade.
Esse fator deve ser sempre considerado na tomada de decisão para o manejo, melhorando o controle, reduzindo custos, entre outros benefícios do manejo genético.
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Considerações finais
Em muitas regiões, a antracnose pode ser considerada como a principal doença da cultura da soja, podendo ocasionar perdas expressivas de produtividade e elevação de custos de produção.
Por isso, é importante conhecer este patógeno, saber seus sintomas para identificação a campo e tomar as melhores decisões de manejo.
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