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Especialista em manejo de doenças, DigiFarmz dá dicas para controle e prevenção de giberela no trigo

A presença de giberela para a safra 2024 de trigo ainda é incerta, mas para reduzir os riscos e efeitos da doença, diferentes estratégias de manejo integrado podem ser adotadas com o objetivo de atender à legislação nacional e os limites máximos tolerados de micotoxinas.

Conforme explica o coordenador técnico da DigiFarmz, MSc. Eng. Agr. Leonardo Furlani, a giberela (Fusarium graminearum, teleomorfo Gibberella zeae) é uma importante doença fúngica de espiga no trigo e pode causar tanto perdas no rendimento de grãos (até mais de 50%), quanto na qualidade dos grãos com a contaminação por micotoxinas, principalmente a deoxinivalenol (DON). A dificuldade no controle da giberela, principalmente em anos favoráveis à epidemia, faz dela um dos principais gargalos e lacunas de produtividade para a cultura do trigo, especialmente na região sul do Brasil.

Os sintomas se caracterizam por espiguetas despigmentadas, esbranquiçadas ou de cor palha e as aristas desorganizadas/arrepiadas. Sobre as espiguetas infectadas pode-se visualizar a esporulação do fungo, constituída de macroconídios em uma massa de cor alaranjada e/ou em conjunto com micélio rosa (sinais do patógeno), resultando na formação de grãos chochos, esbranquiçados ou mal formados.

Confira algumas dicas do especialista para enfrentar esta doença:

1 – Acompanhar as condições meteorológicas

Esse é o ponto chave para a necessidade de adotar medidas de controle focadas em giberela, isso porque em condições de tempo seco no florescimento do trigo, a probabilidade de infecção é baixa. 

“É importante os produtores estarem atentos às previsões, uma vez que a infecção e desenvolvimento da giberela é favorecido por períodos chuvosos durante o florescimento (espigas em antese), promovendo período de molhamento na espiga superior a 36 horas, com temperaturas acima de 15ºC (ótimo entre 20 a 25ºC) até no máximo 30ºC”, destaca Furlani. 

2 – Considerar a cultivar

De acordo com o agrônomo, hoje não existem cultivares totalmente resistentes à giberela, sendo o objetivo de muitos programas de melhoramento das obtentoras focar no desenvolvimento de cultivares de trigo com resistência parcial e que auxiliem no manejo da doença.

Ele explica que é importante os produtores conhecerem todos os pontos fracos e fortes de cada cultivar, não somente no manejo de giberela, mas também sobre todas as doenças, assim como características agronômicas, e a partir dessas informações, estarem preparados para manejar adequadamente cada material.

Abaixo alguns resultados da DigiFarmz sobre as sensibilidades de cultivares de trigo à giberela nas safras 2021 e 2022, demonstrando que há uma grande diferença entre os materiais e entre as safras:

Safra 2021:

Safra 2022:

3 – Acerte no momento da pulverização

Ocorrendo previsões de condições favoráveis para a infecção de giberela é momento de proteger. Devido a giberela ser uma doença de infecção floral, o objetivo da pulverização de fungicidas é proteger as anteras do trigo antes da infecção.

“O momento da aplicação é mais importante que o fungicida utilizado, e a sugestão é realizar a entrada na lavoura com foco em giberela, quando encontrar na população de plantas o percentual de 25 a 50% das espigas em florescimento. É importante também, em caso de previsões de chuvas, realizar as aplicações no período que antecede a precipitação”, informa. 

4 – Escolha do melhor fungicida

O momento da aplicação é crucial, sendo até mais importante que a escolha do fungicida, mas, mesmo assim essa decisão auxilia no melhor manejo da giberela. As eficácias dos fungicidas têm sido muito variáveis entre ingredientes ativos, entre as safras e inclusive, entre as cultivares utilizadas.

“Considerando experimentos da DigiFarmz realizados nas últimas safras, diversos ingredientes ativos possuem eficácia relevante, destacando-se principalmente entre os triazóis (metconazol e tebuconazol), triazolintione (protioconazol), estrobilurinas (metominostrobina, piraclostrobina e trifloxistrobina), carboxamidas (bixafen, fluxapiroxade e pidiflumetofen), benzimidazóis (tiofanato-metílico) e até protetores multissítios (mancozeb e clorotalonil) podem auxiliar no controle. A associação de alguns destes ingredientes ativos em diversos produtos comerciais disponíveis no mercado conseguem chegar a eficácias superiores a 80%, dependendo das condições da safra, mas principalmente quando posicionados no momento adequado”, destaca o pesquisador. 

5 – Reaplicação? Atenção aos intervalos!

Em alguns cenários, podem ser necessárias até três aplicações sequenciais de fungicidas focados em giberela nos períodos de floração e enchimento de grãos. 

Tudo depende das condições da safra, tanto meteorológicas (monitorar durante o período de florescimento) e cultivar utilizada, quanto o nível de investimento, tecnologia e produtividade esperada pelo produtor. Não existe uma recomendação fixa, é importante analisar cuidadosamente cada situação e cenário para a tomada de decisão personalizada em relação às reaplicações de fungicidas.

Segundo Furlani, em experimentos conduzidos pela equipe de pesquisa e desenvolvimento da DigiFarmz, os intervalos de aplicação variando entre 5 a 10 dias são os que mais obtiveram retornos no controle de giberela e de produtividade em situações de alta pressão. Em cultivares com período de florescimento mais longo, também uma terceira aplicação apresentou retorno sobre o investimento, sendo sempre sugerido rotacionar os ingredientes ativos nas sequências de aplicações.

6 – Conte com o auxílio da tecnologia 

A utilização de ferramentas tecnológicas tem se mostrado cada vez mais essencial no manejo de doenças como a giberela, oferecendo aos produtores rurais suporte para decisões mais informadas e assertivas. Um exemplo é a Plataforma DigiFarmz, que integra décadas de pesquisa e diversos parâmetros técnicos, e permite que os agricultores adotem estratégias de controle adaptadas às condições específicas de suas lavouras. 

Com isso, é possível minimizar os impactos da doença e atender aos requisitos de qualidade e segurança na produção de trigo, contribuindo para uma agricultura mais eficiente e sustentável.

Fabiana Duarte

Fabiana Duarte

Jornalista / MBA em Marketing
Assessora de Imprensa DigiFarmz – BR
Press Officer DigiFarmz - US

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fabiana.duarte@digifarmz.com

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