Mancha olho de rã em soja

O fungo Cercospora sojina, agente causal da mancha olho de rã, foi identificado pela primeira vez no Brasil em 1971 no estado do Paraná, na época, causou grandes prejuízos que se alastraram para o centro-oeste brasileiro, sendo considerada a primeira grande epidemia de doenças da soja no Brasil.

Os danos severos relacionados à doença foram contornados após o lançamento de cultivares resistentes.

Apesar do desenvolvimento de cultivares resistentes, os patógenos têm a capacidade de desenvolver novas raças que conseguem suprimir a resistência das cultivares.

No Brasil, já foram identificadas 25 raças de Cercospora sojina, o que limita a durabilidade da resistência das cultivares no campo.

A mancha olho de rã em soja acomete folhas, hastes, vagens e grãos, podendo ocorrer em todo o ciclo da cultura. Seus danos podem resultar em redução de até 60% na produtividade da soja.

Condições de desenvolvimento da mancha olho de rã em soja

As formas de dispersão mais comuns da mancha olho de rã na soja são a introdução de sementes com a presença do patógeno na lavoura, gotas de chuva que dispersam os esporos a partir das lesões já formadas, e o vento que transporta esporos do fungo a médias distâncias, atingindo campos vizinhos.

O patógeno não sendo controlado consegue se estabelecer na lavoura com facilidade, pois possui a habilidade de sobreviver em restos culturais da soja.

Condições de temperatura e umidade afetam a germinação e o desenvolvimento do fungo, sendo as épocas quentes e úmidas, as mais favoráveis ao patógeno.

Temperaturas entre 25 e 30ºC, associadas a chuvas frequentes, contribuem para a germinação dos esporos e com o processo de infecção. É necessário ter maior atenção nos períodos do ano em que as noites apresentam temperaturas acima de 20ºC.

 

Principais sintomas da mancha olho de rã em soja

Na parte superior das folhas, os sintomas iniciais são pequenos pontos de encharcamento que evoluem para manchas com o centro castanho claro e os bordos castanhos avermelhados

Na face inferior das folhas, as manchas são cinzas e apresentam a esporulação do fungo. As lesões possuem o tamanho de 1 a 5 mm.

 

Nas hastes e vagens, as manchas aparecem no final da granação, inicialmente com a aparência de anasarca (encharcamento) que evoluem para manchas circulares nas vagens, e elípticas ou alongadas nas hastes.

Nos grãos, as manchas apresentam-se em tamanhos variados de cor cinza ou parda, sendo comum a observação de rachaduras no tegumento.

Exemplo de haste de soja com sintomas de Mancha olho de rã

 

Manejo da mancha olho de rã em soja

Por ser uma doença causada por um fungo com grande capacidade de desenvolver novas raças e com habilidade de sobreviver em restos culturais e nas sementes, o controle da mancha olho de rã deve ser realizado de forma integrada. 

Como métodos de controle da doença, destacam-se a utilização de cultivares resistentes, tratamento de sementes, rotação de culturas, o controle da soja involuntária (guaxa) e o controle químico.

Com a aplicação de fungicidas na parte aérea da soja é possível minimizar as perdas causadas pela doença. Os produtos mais utilizados são misturas de fungicidas sistêmicos e de contato.

As aplicações quando indicadas devem ser realizadas o quanto antes para obtenção de um controle eficiente, principalmente para prevenção de danos importantes.

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