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Quais são as principais doenças na cultura do trigo?

O trigo (Triticum aestivum L.) como outras culturas de interesse econômico, é acometido por diversas doenças que, dependendo da sua incidência e severidade,  afetam o seu desenvolvimento, comprometendo a produtividade e a qualidade dos grãos, levando a consideráveis perdas econômicas. 

O ciclo de uma planta de trigo é dividido em fases vegetativa e reprodutiva, indo da emergência até a maturação fisiológica. Algumas doenças do trigo ocorrem somente no início ou apenas ao final do ciclo, já outras incidem durante todo o período que as plantas estão no campo.

Dentre as principais doenças do trigo, podemos destacar as 5 mais comuns, sendo elas:

1. Manchas foliares;
2. Ferrugem;
3. Oídio;
4. Giberela;
5. Brusone.

Imagem ilustrativa do risco de ocorrência da doença de acordo com o estádio fenológico do trigo.

Importância econômica das doenças na cultura do trigo

A importância econômica de cada doença varia ano a ano, de região para região, dependendo das condições climáticas de cada safra. 

monitoramento da lavoura deve ser constante, começando antes mesmo do plantio e indo até a colheita, sendo este uma prática fundamental para o correto manejo das doenças.

Dessa forma, ter conhecimento do histórico da região, clima e qualidade do solo; identificar os sintomas de cada tipo de doença que pode acometer a lavoura; acompanhar a evolução de sintomas e das previsões meteorológicas e realizar a vistoria periódica e intensa nos meses de maior precipitação e calor são essenciais para reduzir os prejuízos causados pelas doenças.


1. Manchas foliares (mancha amarela e marrom)

mancha amarela é causada pelo patógeno Drechslera tritici-repentis e apresenta sintomas de pequenas manchas foliares cloróticas que evoluem, formando lesões elípticas com halos amarelos e centro necrosado de cor palha

Sua disseminação ocorre pelo vento, respingos de chuva e por sementes contaminadas, sendo propício o desenvolvimento das doenças em condições de temperaturas entre 15 e 18ºC e umidade relativa do ar acima de 85%. 

Assim como na mancha amarela, a mancha marrom (Bipolaris sorokiniana) apresenta a mesma forma de disseminação, porém, para o desenvolvimento da doença, as temperaturas ideais variam de 24 e 28ºC com molhamento foliar de 9 a 24 horas. 

Os sintomas são muito parecidos, apresentando, nas folhas, manchas pequenas alongadas de cor marrom escura ou preta, de bordo definido.

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2. Ferrugem

Causado pelo fungo Puccinia triticina, a ferrugem da folha do trigo pode levar a perdas de rendimentos de até 50% e por isso se enuadra como uma das principais doenças do trigo.

Sua disseminação ocorre de forma generalizada na lavoura através do vento, tendo como condições ideais de desenvolvimento temperaturas de 15 a 22ºC e molhamento foliar de 6 a 10 horas. 

Os sintomas ocorrem principalmente nas folhas, sendo observado pústulas arredondadasde coloração amarelo-alaranjada, dispostas sem ordenação na folha. 


3. Oídio

oídio é outra doença que afeta as partes vegetativas das plantas de trigo, causando a diminuição do vigor das plantas, crescimento retardado, redução no numero de espigas e peso de grãos. 

O patógeno Blumeria graminis f. sp. triticisobrevive em plantas de trigo voluntárias e é facilmente disseminado pelo vento. Alta umidade relativa (>75%) favorece o desenvolvimento da doença. 

Pulverulência esbranquiçada ou acinzentada recobrindo os tecidos verdes da planta é o sintoma característico da patologia. 

Para mais detalhes sobre como o oídio influência no desenvolvimento e produtividade da cultura do trigo, assista ao vídeo abaixo clicando no play.


4. Giberela

giberela (Fusarium graminearum) é uma importante doença de espiga no trigo e pode levar a perdas na qualidade e no rendimento de grãos, variando de 14 a 54%, dependendo das condições climáticas. 

O fungo é disseminado preferencialmente pelo vento, respingos de chuva, solo e sementes contaminadas. 

Períodos chuvosos durante o florescimento (+/- 48 horas) com temperatura acima de 15ºC (ótimo entre 20 a 25ºC) favorecem o desenvolvimento da doença. 

As espiguetas tornam-se esbranquiçadas ou de cor palha e as aristas desorganizadas. Sobre as glumas e lemas pode-se visualizar a esporulação do fungo, constituída de esporodóquio e conídio em uma massa de cor laranja e/ou em conjunto com micélio rosa.


5. Brusone

Pyricularia oryzae patótipo Triticum (teleomorfo Magnaporthe oryzae) causa a brusone no trigo, outra importante doença de espiga na cultura.

Os sintomas ocorrem nas espigas, onde dependendo do sítio de infecção, podem se tornar parcialmente ou totalmente esbranquiçadas. O ponto de infecção apresenta uma lesão preta e produção de micélio de cor acinzentada. 

A disseminação ocorre pelo vento e sementes contaminadas e a doença é favorecida com 8 horas de molhamento foliar contínuo e temperaturas entre 25-30ºC.

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