O quebramento de hastes da soja é um fenômeno caracterizado pelo alongamento do caule entre a folha cotiledonar e as folhas primárias, seguido pelo estreitamento dessa mesma região e posterior quebra da haste principal, especialmente a partir de R5, causando a interrupção do ciclo da cultura. As causas da quebra da haste ainda não são totalmente conhecidas.
Trabalha-se com diferentes hipóteses relacionando a causa a patógenos ou às condições climáticas ou ainda ao sistema de produção, pois acredita-se que não seja um fator isolado, mas sim um conjunto deles.
Em um primeiro momento, a hipótese foi o ataque de pragas, o que desencadeou o uso equivocado de inseticidas visando contornar o problema.
Em seguida, a presença de cortes limpos, sem nenhum tecido vegetal removido e poucos danos nas folhas de soja, também descartou o ataque de insetos mastigadores como possíveis causadores do quebramento das hastes.
Outra hipótese foi a ocorrência da broca das axilas (Epinotia aporema), observada em soja na safra 2022/23, mas a ausência da praga no interior do caule das plantas afetadas e das lagartas refuta a hipótese.
O uso de inseticidas não é eficiente para solucionar esse problema, no entanto a avaliação deve ser feita em estádio R7, ou antes caso o quebramento seja precoce.
Para realizar o manejo, é feita a escolha de uma linha de plantio onde há o quebramento e se faz a contagem de plantas danificadas em dois metros lineares, levando em consideração o escurecimento da haste. O nível de tombamento é calculado pelo percentual de plantas quebradas.
Especialistas e pesquisadores ainda têm buscado relações entre fatores nas áreas de fisiologia das plantas, fitopatologia, entomologia e genética.
Muitas são as dúvidas relacionadas a ocorrência desse problema na lavoura, mas destaca-se que o manejo preventivo, visando trabalhar com condições de boa cobertura do solo para a semeadura da soja, especialmente com cultivares que apresentaram a característica de quebramento na safra anterior, pode ser um manejo inicial que contribui para diminuição da ocorrência desse fenômeno.