A safra de soja 2023/24 registra o 17º ano consecutivo de expansão da área plantada, alcançando mais de 45 milhões de hectares, segundo dados da Datagro Grãos. Isso representa um aumento de 1,9% em relação ao ano anterior, demonstrando a pujança do setor no país.
Apesar da alta demanda global e preços favoráveis no início do ciclo, a safra foi impactada por fatores climáticos adversos, como secas e chuvas excessivas em algumas regiões. Em decorrência disso, os preços da soja sofreram quedas, mesmo com a forte expectativa inicial.
A Datagro revisou para cima a estimativa de produtividade média da safra, projetando 3.251 kg/ha. Essa quantidade, embora represente uma queda de 9,7% em relação ao recorde da safra 2022/23 (3.602 kg/ha), ainda demonstra a produtividade significativa do agronegócio brasileiro.
A colheita esteja em fase final em boa parte do país, mas ainda existem incertezas quanto ao impacto final da safra, especialmente pelas chuvas em excesso no Rio Grande do Sul. As informações atualizadas sobre o andamento da colheita por região você encontra a seguir:
Fechamento da safra de soja: Situação atual da colheita
A safra de soja 2023/24 se encaminha para o seu fim com números variados e, até o momento, a colheita da soja no Brasil atingiu mais de 96% da área plantada, segundo dados da Conab.
A Conab revisou para cima a estimativa de produtividade média da safra para 3.251 kg/ha, o que representa uma queda de 9,7% em relação ao recorde da safra 2022/23.
No quadro abaixo, também divulgado pela Conab, é possível ver o avanço das regiões sojícolas comparando o momento atual e o mesmo período do ano passado.

Fonte: Conab
Soja no Mercado Internacional
Os preços da soja registraram alta de 1,38%, impulsionados por preocupações com o atraso no plantio da soja nos EUA. Além disso, previsões de chuvas acima da média e temperaturas elevadas no centro-oeste americano podem atrasar os trabalhos de semeadura, reduzindo a oferta futura da oleaginosa.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para baixo a estimativa de produção de soja para o país na safra 2024/25, reforçando as preocupações com a oferta.
Enquanto isso, o dólar vivenciou queda de 1,34% entre as semanas do mês de abril, interrompendo uma sequência de ganhos. Essa desvalorização torna as commodities brasileiras mais atrativas para compradores internacionais, dando suporte aos preços da soja.
Em paralelo a isso, a produção recorde de soja na América do Sul, somada ao bom desenvolvimento do plantio nos EUA, pressiona os preços no mercado internacional.
A oferta abundante limita os potenciais de alta nas cotações e os números de plantio da safra 2024/25 nos EUA indicam que 8% da área já foi semeada, igual ao mesmo período de 2023.
Apesar da similaridade com o ano passado, o índice supera a média dos últimos 5 anos (4%), sinalizando um bom ritmo inicial de plantio.
O mercado de soja está em um equilíbrio tênue entre as pressões altistas e baixistas. As preocupações com o atraso no plantio nos EUA e a desvalorização do dólar sustentam os preços, enquanto a safra recorde e o bom ritmo de plantio nos EUA limitam os potenciais de alta.
Soja no Mercado Nacional
Mesmo com a desvalorização do dólar, os preços internacionais da soja em alta e os prêmios portuários em elevação, sustentaram os preços da oleaginosa no mercado nacional.
A Bolsa de Chicago (CBOT) registrou alta de 2,5% nos preços da soja nos últimos dias, impulsionada pelas preocupações com o atraso no plantio nos EUA. Os prêmios portuários também subiram, por conta da demanda firme por soja brasileira por parte dos países importadores.
O clima nas próximas semanas será crucial para determinar o impacto real nas perspectivas de produção da soja norte-americana. Enquanto isso, a demanda por soja por parte dos países importadores continuará a influenciar os preços da oleaginosa.
Impacto das chuvas no RS e a colheita de soja
Por conta das fortes chuvas e enchentes que atingiram boa parte do Rio Grande do Sul, os produtores de soja do RS tiveram perdas significativas.
De acordo com a Emater/RS-Ascar, em torno de 120 mil hectares de áreas de soja foram afetadas e mais de 4.000 produtores sofreram perdas. Ainda resta cerca de 30% da área de soja para ser colhida e o total de perdas pode chegar a 131,6 mil toneladas.
O que mais agrava a situação é que boa parte do RS tem solo argiloso, que retêm mais água e são propensos à erosão. A falta de drenagem adequada e, claro, as mudanças climáticas, também colaboraram para o momento.
Safra de trigo 2024: Prepare-se!
A safra de trigo no Brasil em 2024 está iniciando, com cenários que mesclam cautela e expectativas de crescimento. A estimativa da área a ser plantada na safra que se aproxima é de 3,05 milhões de hectares, segundo a Conab.
Apesar da menor área plantada, as projeções indicam um possível aumento na produtividade média da cultura. Ainda segundo a Conab, estima-se uma produtividade de 3,02 toneladas por hectare, enquanto o Cepea prevê 3,10 toneladas por hectare.
Essa alta na produtividade pode ser impulsionada por melhores práticas agrícolas e condições climáticas favoráveis em algumas regiões.
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