Em um cenário agrícola onde a margem de lucro dos produtores está cada vez menor e a otimização dos insumos é crucial, uma pesquisa recente conduzida pela DigiFarmz traz insights sobre o retorno financeiro de fungicidas na cultura do trigo. Coordenado pelo Phd. Ricardo Balardin e MSc. Leonardo Furlani, o estudo analisou 119 trabalhos da DigiFarmz, com fungicidas em 52 cultivares de 8 obtentoras ao longo das últimas três safras no sul do Brasil, revelando que, em média, cada R$ 1,00 investido em fungicidas resultou em um retorno de R$ 4,25.
Contudo, os pesquisadores destacam que este resultado é uma média geral e pode variar significativamente devido a diversos fatores. Os valores de ROI (Retorno sobre o Investimento) variaram bastante, com a presença de alguns números negativos a até valores superiores a 6 (cada R$ 1,00 investido retornou R$ 6,00 de lucratividade). A cultivar utilizada é um dos parâmetros que mais influenciam no retorno do fungicida, ocorrendo uma variação grande entre a suscetibilidade a doenças e o comportamento do fungicida”, explica Furlani. Ele ainda destaca que a relação entre cultivares e fungicidas é uma lacuna de produtividade explorada dentro dos algoritmos, sendo um diferencial da DigiFarmz.

Outros fatores que afetam o ROI incluem o fungicida escolhido, o momento da aplicação, as condições meteorológicas e a presença e severidade de doenças na safra. Conforme os estudos, uma única aplicação de fungicida na safra apresentou um ROI médio de 2,91, enquanto duas aplicações resultaram em um ROI de 2,69.
Os dados também apontaram que a lucratividade tende a aumentar com o número de aplicações, com três aplicações alcançando um ROI de 3,48, e quatro aplicações oferecendo o maior retorno médio, de 4,57. Cinco aplicações também mostraram um ROI elevado de 4,30, enquanto seis aplicações resultaram em um ROI de 4,00. “Embora, na média geral, a quantidade de quatro aplicações de fungicidas tenha apresentado o maior retorno econômico, algumas cultivares obtiveram melhores índices com três, cinco e até seis aplicações em determinados casos”, aponta.
As variações destacam a importância da personalização do programa de aplicação de fungicidas no trigo de acordo com as condições específicas de cada lavoura. Considerar a escolha da cultivar, o tipo de produto e eficácia, e as características da safra são determinantes para o sucesso da aplicação e, consequentemente, para o retorno financeiro.
Os pesquisadores reforçam que, enquanto as tendências gerais podem orientar os produtores, a análise individualizada das condições e necessidades de cada cultivo é essencial para maximizar os benefícios. “Cada safra, cultivar e ambiente requer uma estratégia personalizada, e é essa atenção aos detalhes que pode transformar o potencial de lucro dos produtores de trigo”, conclui Furlani.