Últimas aplicações de fungicidas em soja

A cultura da soja é suscetível a diversas doenças, as quais podem causar prejuízos de até 100% da produtividade. Para evitar o máximo de perdas, os produtores necessitam utilizar estratégias de manejo, que podem ser químicas, culturais, biológicas, genéticas, entre outras.

O manejo químico é a estratégia mais frequentemente utilizada, sendo muito eficiente quando executada corretamente, capaz de reduzir os riscos de epidemias através de pulverizações de fungicidas sequenciais, promovendo a proteção da lavoura.

O número de pulverizações para fungicidas na soja pode variar em geral de 2 até 7 aplicações, diferindo conforme o nível de tecnologia empregado, local de produção, doenças prioritárias e secundárias, cultivar utilizada, ciclo da cultivar, época de semeadura, programa de controle e pressão de doenças.

Deste modo, o número de aplicações de fungicidas na soja é bastante dinâmico e necessita ser ajustado para cada situação, assim como os demais fatores que influenciam o emprego de fungicidas na soja: O que utilizar? Quando utilizar? Quanto utilizar?

As primeiras aplicações são fundamentais para começar um programa de controle ideal, manejando o inóculo inicial que provém da semente e/ou da palhada, e assim construir a fitossanidade, protegendo a lavoura desde o início do ciclo.

Já as últimas aplicações de fungicidas na soja, que constituem o foco deste artigo, são fundamentais para o manejo das doenças já instaladas ou aquelas que ainda podem vir a acometer a cultura, assegurando o menor nível de dano à plantação possível.

Para tanto, devem ser considerados diversos parâmetros a fim de assegurar o melhor programa de manejo de doenças até o final do período de proteção da lavoura.

 

Cenário das últimas aplicações de fungicidas na soja

Ao iniciar o manejo dentro do período recomendado e com produtos adequados, garante-se a penetração e deposição ideais dos fungicidas no perfil inferior do dossel da cultura, impedindo o estabelecimento das doenças e gerando um residual satisfatório. 

Neste cenário de manejo, as últimas aplicações acabam sendo facilitadas, visando a manutenção da sanidade da lavoura até o período da colheita.

Por outro lado, se o manejo, escolha do produto ou qualquer outro parâmetro das primeiras aplicações não for adequado, as últimas aplicações poderão ser decisivas para o sucesso da lavoura. Ou seja, quem determina todo o cenário das últimas aplicações de fungicidas na soja é o manejo inicial.

 

Fatores que afetam a performance das últimas aplicações

Alguns fatores podem influenciar diretamente a performance das últimas aplicações de fungicidas na soja, entre eles citamos os principais: a planta, o patógeno, o produto e o ambiente.

 

1. Fator planta

O fator planta é essencial nas últimas aplicações e influencia diretamente tanto na performance dos produtos como no desenvolvimento dos patógenos.

Parâmetros como o estádio de desenvolvimento da cultura, idade dos tecidos, manejo adotado, sanidade, nutrição, defesas vegetais, entre outros, tornam-se muito importantes.

Isso porque, à medida que o ciclo da cultura avança, característica das últimas aplicações, as plantas se tornam mais suscetíveis à pressão dos patógenos e da mesma forma, a absorção dos fungicidas pode ser dificultada.

Assim, a questão sanitária da planta nas últimas aplicações influenciará a performance das mesmas, assim como no residual dos produtos.

 

2. Patógenos

Já em relação aos patógenos, sua presença, estabelecimento, evolução e progresso desde o início do desenvolvimento da cultura, devem ser observados de forma cautelar para auxiliar nas tomadas de decisões das últimas aplicações.

Isso porque, em momentos em que a pressão de doenças é maior, ou seja, período em que o patógeno já está estabelecido e em progresso na lavoura, tanto por condições favoráveis da safra ou por um equívoco de manejo no início do ciclo, estratégias, como por exemplo, a redução de intervalos de entre aplicações podem promover maior segurança no manejo das doenças.

 

3. Ambiente

O fator ambiente, envolvendo todas as condições meteorológicas desde o início do ciclo até o momento atual, acabam influenciando diretamente todos os demais fatores, seja o desenvolvimento da planta, o progresso do patógeno ou os efeitos dos produtos nas últimas aplicações.

A associação de todos estes parâmetros principais e muitos outros que compreendem o cenário complexo da agricultura e da cultura da soja possibilita melhores decisões acerca dos momentos ideais de últimas aplicações de fungicidas na soja, produtos mais indicados, intervalos mais seguros, pressão de doenças para o final da safra, importância de reforços, etc.

Assim, é possível alcançar e obter um excelente manejo fitossanitário e finalmente as altas produtividades.

 

4. Cuidados a serem tomados para as últimas aplicações

As últimas aplicações de fungicidas na soja podem ser bastante críticas, visto que neste período a lavoura costuma apresentar maior expressão de doenças. Por isso, alguns cuidados devem ser tomados, visando a sustentabilidade desta estratégia de controle.

A maior pressão de doenças neste período, pode ocasionar maiores riscos de resistência a fungicidas e para isto, é muito importante adotar estratégias anti-resistência, como por exemplo a combinação de diferentes grupos químicos a fim de minimizar a pressão de seleção a indivíduos menos sensíveis.

Cada ingrediente ativo na composição dos produtos possui o melhor posicionamento durante o ciclo da cultura, possibilitando maiores eficiências de controle e melhores efeitos nas plantas.

O principal grupo químico a ser evitado nestas últimas aplicações é o uso de fungicidas inibidores da succinato desidrogenase (SDHIs), ou também chamadas de carboxamidas, pois são produtos sítio-específicos e preventivos, que possuem elevado risco de resistência.

Algumas técnicas de manejo integrado devem ser combinadas para reduzir o risco de resistência, como por exemplo, a associação de fungicidas com outros modos de ação, utilização de fungicidas multissítios como reforços, escolha de cultivares com menores níveis de sensibilidade aos patógenos comuns da área, implantação de vazio sanitário, eliminação de plantas daninhas hospedeiras, entre outros.

Outro fator muito importante diz respeito à fitotoxicidade de produtos. Nas últimas aplicações de fungicidas na soja, devido a planta encontrar-se em um estádio de desenvolvimento mais avançado, combinado a uma maior idade dos tecidos, ou seja, menor absorção e metabolização de produtos, há um risco maior de fitotoxicidade.

É importante considerar este efeito, principalmente em relação a condições estressantes meteorológicas e/ou da planta pois, estas podem acarretar em perdas de produtividade. Assim, é importante escolher produtos que apresentem menores riscos de fitotoxicidade para estas últimas aplicações, assim como, a escolha de produtos que tenham capacidade de atenuar estes riscos.

 

Importância das últimas aplicações de fungicidas em soja

As últimas aplicações de fungicidas na soja são importantes, pois garantem que todo o manejo e construção da fitossanidade realizada até o momento possa ser convertido em uma produtividade final satisfatória.

Equívocos na escolha e posicionamento de produtos, doses,  momentos de aplicação, número de aplicações, associados a um manejo não-personalizado, podem acabar comprometendo o desempenho da lavoura.

O cenário da agricultura é complexo, com tomadas de decisões complicadas e que necessitam de soluções tecnológicas para auxílio no manejo, tanto em relação ao planejamento adequado assim como, para sua execução de acordo com cada realidade. 

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