A mancha-alvo na soja, por muito tempo, foi considerada como uma doença secundária por aparecer apenas ao final do ciclo da cultura, sem redução significativa da produtividade.
Este fato está relacionado à suscetibilidade das cultivares e a resistência do fungo aos fungicidas disponíveis no mercado, assim como a sucessão da soja com outras culturas (algodão, feijão, crotalária e algumas espécies de plantas daninhas) que também são suscetíveis ao patógeno.
O centro-oeste brasileiro, por utilizar sistemas com soja, algodão e crotalária em rotação/sucessão, que conjuntamente com o clima favorável ao seu desenvolvimento, tem sido uma das regiões mais afetadas pela doença quando comparado às demais regiões produtoras do país.
Os danos causados pela mancha-alvo podem resultar na redução de 40% na produtividade da soja. A melhor forma de evitar a doença é saber o máximo de informação possível. Por isso, confira o conteúdo que preparamos. Boa leitura!
O que é a mancha-alvo na soja?
A mancha-alvo na soja é uma doença foliar causada pelo fungo necrotrófico e polífago Corynespora cassiicola, capaz de se hospedar em mais de 400 espécies de plantas pelo mundo.
Este patógeno foi identificado pela primeira vez nos EUA em 1945, recebendo o nome de Helminthosporium vignati. Já no Brasil, o primeiro registro ocorreu em 1974, no Mato Grosso, e em 1976, no Paraná.
Desde então, tem sido objeto de estudos e estratégias de manejo para minimizar seus efeitos, incluindo o desenvolvimento de variedades mais resistentes, práticas culturais e o uso de fungicidas específicos para seu controle.
A compreensão detalhada do ciclo de vida da mancha-alvo na soja é fundamental para implementar medidas eficazes de controle e prevenção da doença.
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Como a mancha-alvo na soja se desenvolve?
Por ser um fungo necrotrófico Corynespora cassiicola sobrevive em restos culturais, em sementes, em outras plantas hospedeiras, em plantas alternativas não hospedeiras e no solo por mais de uma safra.
No caso dos restos culturais, o sistema plantio direto favorece a sobrevivência do patógeno. Já as sementes infectadas, sem procedência e qualidade, são o principal meio de disseminação da doença.
A disseminação do fungo ocorre por meio de respingos de chuva ou irrigação, associado à ação do vento, capaz de levar propágulos do patógeno juntamente com partículas do solo causando infecção secundária, o que é favorecido em temperatura entre 20 a 30 °C e umidade relativa do ar acima de 80%. Períodos secos desfavorecem o desenvolvimento da doença.
Lavouras com espaçamento reduzido nas entre linhas, associado à alta população de plantas, podem propiciar microclima favorável e contribuir para aumento da severidade da doença.
Quanto mais jovens as plantas, maior a sua suscetibilidade a este fungo, que também podem infectar e colonizar as plantas sem causar sintomas em todas elas. Em termos práticos, na fase vegetativa da cultura da soja, há muito mais infecções presentes em relação àquelas que a quantificação por sintomas pode determinar.
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Sintomas da Mancha-alvo na Soja
Os sintomas típicos da doença ocorrem nas folhas, mas também podem ser observados nos caules, vagens, sementes, hipocótilo e raízes.
Nas folhas as lesões iniciais apresentam pontuações pardas, com halo amarelado, evoluindo para grandes manchas circulares, de coloração castanho-clara a castanho-escura, com uma pontuação escura no centro das manchas, lembrando o desenho de um alvo, característica esta, que dá nome à doença.
Dependendo da reação da cultivar, as lesões podem atingir até 2 cm de diâmetro ou permanecer pequenas (1 mm a 3 mm), mas em maior número. Cultivares suscetíveis podem sofrer desfolha com perdas de até 40% de produtividade.
Danos da mancha-alvo na soja
A mancha-alvo é uma doença presente em grandes culturas do Brasil, ocorrendo principalmente em soja, algodão, seringueira, cacau, café, feijão, fumo e hortaliças.
Na soja, apesar de ser uma doença menos agressiva que a ferrugem asiática, por exemplo, cultivares altamente suscetíveis podem apresentar danos significativos quando não controladas de forma preventiva.
Sabe-se que as doenças foliares são influenciadas diretamente pelas condições climáticas, como o molhamento foliar, a umidade relativa do ar e temperatura, além da genética do hospedeiro e agressividade do patógeno.
Por isso, a intensidade da mancha-alvo pode variar dependendo da safra, região de cultivo, época do ano e suscetibilidade das cultivares plantadas.
Controle da mancha-alvo na soja
Melhorar a capacidade de controle de doenças fúngicas representa um desafio cada vez mais complexo. Dessa forma, o uso de ferramentas integradas de manejo torna-se essencial também no controle da mancha-alvo.
1. Rotação/sucessão de culturas com espécies não hospedeiras, como o milho e outras gramíneas;
2. Utilização de cultivares com maior tolerância ao patógeno;
3. Tratamento de sementes e controle químico com aplicação de fungicidas na parte aérea das plantas.
Fique por dentro:
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