Defensivos agrícolas: grupos químicos

A utilização de defensivos agrícolas na lavoura é uma prática rotineira para manutenção da saúde das plantas cultivadas e sua produtividade. 

Podendo ser classificados de diversas formas, a classificação em grupos químicos é uma das principais maneiras de distinguir os defensivos utilizados na lavoura. 

Continue acompanhando para entender melhor e fazer uma boa escolha de defensivos agrícolas de grupos químicos para sua lavoura:

 

Grupos químicos e seus impactos na produção de soja

A classificação química dos defensivos agrícolas leva em consideração os mecanismos de ação dos princípios ativos que compõem o produto, desta forma, o produto é classificado de acordo com o local onde o produto age no alvo. 

Esta classificação tem uma papel fundamental no planejamento de estratégias para evitar a resistência dos patógenos aos defensivos agrícolas. A aplicação do mesmo fungicida ou do mesmo mecanismo de ação repetidamente pode colocar em risco a eficiência dos produtos. 

Uma forma de auxiliar na preservação das tecnologias e evitar a resistência aos produtos é realizar a rotação de mecanismos de ação.

Os defensivos agrícolas de grupos químicos deve estar identificado no seu rótulo conforme a legislação brasileira. A partir do ano de 2017, os rótulos dos defensivos passaram a trazer um retângulo logo abaixo da composição do produto, com a identificação do modo de ação. 

As classes químicas dos defensivos agrícolas de acordo com seu modo de ação estão descritas abaixo:

  • Grupo A: Síntese de ácidos nucleicos
  • Grupo B: Divisão celular e mitose
  • Grupo C: Respiração
  • Grupo D: Síntese de Aminoácidos e proteínas
  • Grupo E: Transdução de sinais
  • Grupo F: Síntese de lipídeos e integridade das membranas
  • Grupo G:  Biossíntese de esteróis em membranas
  • Grupo H: Biossíntese da parede celular
  • Grupo I: Síntese de melanina na parede celular
  • Grupo M: Atividade multissítios
  • Grupo N: Não classificado
  • Grupo P: Indutores de defesas em plantas hospedeiras

 

Os defensivos agrícolas com características multissítios possuem atividade em dois ou mais sítios no alvo. Como por exemplo, o mancozebe e o clorotalonil, muito utilizados na cultura da soja.

 

Integração de defensivos com outras práticas agrícolas

A integração de defensivos agrícolas de grupos químicos com outras práticas agrícolas é fundamental para o manejo eficiente e sustentável de pragas, doenças e plantas daninhas.

Essa abordagem visa otimizar o controle de problemas fitossanitários, reduzir o uso de defensivos, aumentar a produtividade e a rentabilidade da lavoura, além de preservar o meio ambiente e a saúde humana.

Algumas das principais práticas que podem ser integradas com o uso de defensivos agrícolas incluem:

 

1. Cultivares resistentes

Optar por cultivares geneticamente resistentes a pragas e doenças específicas da região e da cultura, ajudam a reduzir a dependência de defensivos agrícolas e a preservar a biodiversidade.

Ao escolher cultivares com resistência genética, é possível mitigar os danos causados sem recorrer excessivamente a produtos químicos, promovendo assim um equilíbrio mais saudável nos ecossistemas agrícolas.

 

2. Manejo integrado de pragas e doenças (MIP)

É uma estratégia que combina diferentes métodos de controle para otimizar o manejo de problemas fitossanitários na agricultura para reduzir o uso de defensivos agrícolas, aumentar a produtividade e a rentabilidade da lavoura, além de preservar o meio ambiente e a saúde humana.

Os métodos de controle utilizados no do menejo integrado de pragas e doenças podem incluir:

Controle biológico: Utilização de inimigos naturais para controlar pragas, como insetos predadores, fungos e bactérias entomopatogênicas.

Controle cultural: Práticas que evitam a proliferação de pragas e doenças, como rotação de culturas, adubação adequada, manejo da irrigação, controle de plantas daninhas e uso de cobertura morta.

Controle químico: Uso de defensivos agrícolas como último recurso, quando os outros métodos não forem suficientes, sempre seguindo as instruções do fabricante e as normas de segurança ambiental.

 

Leia também:

> Manejo das Principais Doenças da Soja

> Fitossanidade na lavoura

 

3. Boas práticas agrícolas

Práticas agrícolas sustentáveis são essenciais para garantir a saúde do ecossistema agrícola. Isso inclui a adoção de métodos que promovem a vitalidade das plantas e a qualidade do solo, como a aplicação equilibrada de adubos e a adequada irrigação, baseadas em análises regulares de solo e foliar para determinar as necessidades nutricionais das culturas.

Além disso, é indicado realizar um monitoramento constante das plantações para detectar prontamente problemas
fitossanitários e implementar medidas preventivas.

O controle da erosão e da compactação do solo também é prioritário, sendo necessário adotar medidas específicas para conservar a estrutura do solo e sua capacidade de sustentar a produção agrícola a longo prazo.

 

4. Controle biológico

No controle biológico, são empregados inimigos naturais para combater pragas de forma sustentável. Isso inclui o uso estratégico de insetos predadores, como joaninhas e crisopídeos, além de fungos e bactérias entomopatogênicos, e nematoides parasitas de insetos.

Esses organismos ajudam a controlar a população de pragas de forma eficaz e sem impactos negativos ao meio ambiente, contribuindo para a promoção da agricultura sustentável.

 

5. Controle cultural

O controle cultural envolve práticas para evitar a proliferação de pragas e doenças, incluindo a rotação de culturas, alternando diferentes plantações em uma mesma área para impedir o acúmulo de patógenos e pragas, além da aração e preparo do solo, eliminando restos de cultura que podem servir de abrigo para esses organismos.

O controle de plantas daninhas também é importante, tanto para evitar a competição com a cultura principal quanto para reduzir a proliferação de insetos e doenças. Além disso, o uso de cobertura morta é uma prática eficaz para proteger o solo e diminuir a germinação de plantas daninhas.

O ideal é utilizar essas medidas combinadas para contriuir para a saúde das plantações e a redução do uso de pesticidas.

 

6. Tecnologia de aplicação

A tecnologia de aplicação garante a aplicação precisa e segura de defensivos agrícolas, otimizando o controle de pragas e doenças.

Calibração correta dos equipamentos, pontas de pulverização adequadas e condições climáticas favoráveis ​​são essenciais para a eficiência do processo.

A proteção individual e ambiental também é um fator fundamental, com o uso de EPIs e medidas para evitar a contaminação do solo e da água.

A implementação da tecnologia de aplicação de forma adequada otimiza o uso de defensivos, aumenta a produtividade da lavoura e protege o meio ambiente.

 

Você também pode ter interesse:

> Tecnologia de Aplicação de Defensivos

> Planilha de Controle de Aplicações

 

7. Monitoramento constante

O manejo eficiente de defensivos agrícolas envolve a integração com outras práticas agrícolas, como o uso de cultivares resistentes, o manejo integrado de pragas e doenças (MIP) e boas práticas agrícolas.

A tecnologia de aplicação também é fundamental, com a calibração correta dos equipamentos, pontas de pulverização adequadas, consideração das condições climáticas e proteção individual e ambiental.

O monitoramento constante da lavoura permite a detecção precoce de problemas fitossanitários e a tomada de decisões precisas para o controle, otimizando o uso de recursos e minimizando impactos negativos.

Em geral, o manejo eficiente de defensivos agrícolas é um compromisso com a agricultura sustentável e com o futuro do planeta.

 

8. Agricultura de precisão

A agricultura de precisão oferece oportunidades para aprimorar o uso de defensivos agrícolas, incluindo a adoção de tecnologias avançadas, como o mapeamento de áreas com diferentes níveis de infestação de pragas e doenças, bem como a aplicação de defensivos em taxa variável.

Essas técnicas permitem uma abordagem mais precisa e eficiente no controle de pragas e doenças, otimizando o uso de insumos e reduzindo os impactos ambientais.

 

Quando usar defensivos químicos de grupo químico?

Os defensivos agrícolas devem ser usados sempre que houver a necessidade de controlar pragas, doenças e plantas daninhas que podem prejudicar as culturas.

Já os defensivos agrícolas de grupos químicos são utilizados quando há uma infestação significativa de pragas, doenças ou plantas daninhas que ameaçam a saúde e o desenvolvimento das culturas.

A aplicação deve acontecer de acordo com as recomendações técnicas específicas para cada tipo de problema, levando em consideração fatores como o estágio de desenvolvimento das plantas, as condições climáticas e as práticas de manejo integrado de pragas.

É importante ressaltar que o uso responsável de defensivos agrícolas de grupos químicos envolve considerar não apenas a eficácia no controle das pragas, doenças ou plantas daninhas, mas também os impactos ambientais, a segurança dos trabalhadores rurais e a saúde pública.

Por isso, é essencial seguir as orientações dos órgãos reguladores e adotar práticas de manejo integrado de pragas que visem reduzir a dependência desses produtos químicos e promover a sustentabilidade na agricultura.

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